Ano de Mudanças ...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tropa de Elite

Agenor Fagundes viu Tropa de Elite e comenta com exclusividade para o ON
09/10/2007

www.tropadeeliteofilme.com.br

O que se espera de um bom filme: boa fotografia, som de qualidade (tanto do ponto de vista de audição, criatividade e de sincronia com a história), interpretação adequada dos atores, roteiro inteligente e capaz de entreter, com ritmo de captar nossa atenção. Tudo isto Tropa de Elite tem, em patamar de cinema de primeiro mundo.

Mas não é só isto, o cinema do ponto de vista da técnica: o filme aborda uma realidade presente e massacrante no dia-a-dia urbano das grandes cidades brasileiras, a violência urbana, o tráfico de drogas, a corrupção e a crueldade da polícia e dos criminosos.

A história tem como pano de fundo a chegada do Papa ao Brasil, o que obriga a uma tentativa de "limpeza dos morros" para a segurança do pontífice, tal como agora tivemos no Pan-Americano reforços para tranqüilizar os visitantes, o que atualiza o tema. Fica a pergunta de porque não se tem vontade política de combater com eficiência este problema também "para os de casa". Não há saída que não seja a repressão honesta, nem que sejam necessárias as camadas superpostas de comando policial para enfrentar a endemia de corrupção: basta de sociologia, não há substituto para a repressão, que deve no entanto ser complementada com programas sociais de educação e urbanização.

Aliás, neste Brasil da impunidade, do mensalão da quadrilha oficial ao Renan Calheiros, o exemplo não vem de quem deveria vir; tampouco, como bem denuncia o filme, as classes médias e altas não estão fora do processo, quando estão alienadas no consumo de drogas que fecha o circuito, hipocrisia bem levantada na história.

O filme é violento? Não, na medida em que violência seria retratar uma realidade com exagero; obviamente, mesmo não tendo o comentarista ou o leitor estado no front desta guerra, o roteiro é crível e está nos jornais diários.

Wagner Moura é um ótimo ator, muito convincente em todas as nuances de interpretação: os principais coadjuvantes, os policiais que entram na Tropa com ideais de honestidade, nem tanto, mas não chega a comprometer o filme.

Ao cinema e aos debates! Precisamos discutir a questão e colocar recursos para a tentar a paz urbana, há exemplos de sucesso nos EUA e até mesmo na Colômbia, vamos trabalhar e não desanimar.

Violência: o que podemos fazer?

Violência: o que podemos fazer?
02/09/2006

A violência no Brasil cresce de forma acelerada e sem controle, com cerca de 50 mil brasileiros assassinados todos os anos. Esse número supera o de mortes em países que enfrentam guerras, como o Iraque. Mas o que podemos fazer para mudar isso? O país assiste atônito à escalada do poder e à ousadia do crime organizado, ao mesmo tempo em que se tornam cada vez mais corriqueiros os crimes com motivações pessoais ou sem sentido. A assustadora explosão da violência no Brasil é justificada pelas autoridades por inúmeros problemas, mas estas mesmas autoridades a tratam com descaso. É frágil a segurança pública, com policiais despreparados e, em muitos casos, corruptos. Nosso sistema carcerário é ineficiente e temos ainda a conhecida impunidade que, apoiada por leis inadequadas à realidade, permite a assassinos como Champinha desfrutarem da liberdade como cidadãos comuns. No passado, a opinião pública tinha o tempo necessário entre um crime e outro para elevá-lo ao nível de atrocidade. Foi assim há 30 anos, quando Doca Street assassinou a namorada Ângela Diniz, chocando o país. Agora, tudo é corriqueiro. A foto da mãe enfurecida com a cabeça do filho morto no colo em pleno centro do Rio de Janeiro impressionou, mas teve que ceder espaço para a imagem do assassino que cerrou ao meio uma empresária simplesmente por terem discutido por uma vaga de estacionamento. A impressão que nos dá é que tudo virou motivo para matar. E o pior é que nada mais parece chocar. Secretário de Transportes de Macaé que coibiu vans é assassinado Fernando Magalhães foi o responsável pelo combate à máfia das vans na cidade, reduzindo de 640 para 54 o número de veículos que fazem o transporte coletivo em Macaé. Ele foi assassinado em uma emboscada na noite de quinta-feira. Seu carro foi interceptado por bandidos e atingido por 19 tiros. Destes, nove acertaram o secretário. Segundo a polícia, trata-se de uma execução feita por profissionais. O Globo – Secretário que combateu vans é executado – Página 37 Por que se mata tanto? Por que os governantes permanecem anestesiados e não reagem tornando a segurança uma prioridade? O que a sociedade civil pode fazer para mudar este quadro? Dê a sua opinião.

globinho

http://www.opiniaoenoticia.com.br/interna.php?id=5298